O poeta brasileiro Carlos Drumond de Andrade fez uma poesia para a Mata Atlântica chamada “A Câmara Viajante”, no ano de 1922, e te faz faz um pedido nesta poesia.

Vamos conhecer?

Depois, use toda a sua criatividade para criar a sua resposta ao que Drumond escreveu.



A Câmara viajante

(Carlos Drumond de Andrade, 1922)



Que pode a câmara fotográfica?

Não pode nada.

Conta só o que viu.

Não pode mudar o que viu.

Não tem responsabilidade no que viu.

A câmara, entretanto,

Ajuda a ver e rever, a multi-ver

O real nu, cru, triste, sujo.

Desvenda, espalha, universaliza

A imagem que ela captou e distribui.

Obriga a sentir,

A, criticamente, julgar,

A querer bem ou a protestar,

A desejar mudança.



A câmara hoje passeia contigo pela Mata Atlântica.

No que resta – ainda esplendor – da mata Atlântica

Apesar do declínio histórico, do massacre

De formas latejantes de viço e beleza.

Mostra o que ficou e amanhã – quem sabe? acabará

Na infinita desolação da terra assassinada.

E pergunta: "Podemos deixar

Que uma faixa imensa do Brasil se esterilize,

Vire deserto, ossuário, tumba da natureza?"



Este livro-câmara é anseio de salvar

O que ainda pode ser salvo,

O que precisa ser salvo

Sem esperar pelo ano 2 mil.


Vídeo da poesia completo, CLIQUE AQUI

Vídeo da poesia sem a poesia escrita, CLIQUE AQUI

Vídeo da poesia sem as imagens, CLIQUE AQUI